segunda-feira, 31 de março de 2008

Viagens


Esta bela foto é do blog Espiritu Vespa. O seu autor é um vespista ("vespero") Espanhol, que se dedicou a viajar por Castela no inverno passado, cobrindo em nove dias nove diferentes províncias espanholas e cerca de 2000 km. Se estiverem interessados em saber pormenores de logística, custos e mais informações que interessariam a um futuro vespista viajante, dêem um olhada, que vale bem a pena (está em castelhano).

Javier, o autor do relato, conhecido no meio e no Forum Vespania como "Pontedera" é admirador confesso do Argentino Gustavo Cieslar, um aventureiro que se propõem atravessar o mundo na sua Yamaha YBR 125, fabricada no Brasil e conhecida como "Garota". Ele já passou por Portugal, e embora não haja noticias actualizadas já há algum tempo no seu completo site, continua a ser uma referencia entre os aventureiros trota-mundos em baixas cilindradas.

Mais exemplos como estes são facilmente encontrados nesse colosso que é o site Horizons Unlimited. Aqui pode-se encontrar todo o tipo de informação para o motociclista que está a planear uma viagem de longo curso. Há um fórum, uma série de blogs com aventuras de outros viajantes, e muito mais. Enfim, todo um manancial de informação. Naturalmente que a maioria são relatos de pessoas bem abonadas de dinheiro que deram a volta ao mundo numa BMW 1200 GS, com as inevitáveis malinhas de alumínio, punhos aquecidos e GPS. Mas não faltam relatos de quem vendeu a casa para ir viajar, de pessoal que atravessou a Europa numa scooter de 50cc ou a Ásia com um pouco mais de cilindrada.

Na verdade, viajar nunca pareceu tão fácil. Seguir as pisadas do Giorgio Bettinelli é hoje mais uma questão de vontade que outra coisa. Eu pelo menos ando com uma certa comichão de me fazer à estrada...

sábado, 29 de março de 2008

Mais um...


...anúncio vespa! Pelo menos parece uma espécie de spot publicitário. Está engraçado, há uns pormenores desconcertantes no público. Encontrei as imagens aqui.

sexta-feira, 28 de março de 2008

No news - bad news?

A Scoopy continua entregue à oficina e eu não sei de mais nada. Entretanto fui alertado para a possibilidade de o valor da reparação poder ultrapassar o valor comercial da scooter...

Admito que não tinha pensado nisso. Sei que ela já tem uns aninhos, é de 2001. E sei que os senhores da Honda podem ser careiros. Mas simplesmente achei que não havia assim tanto para arranjar. Agora já não tenho tanta certeza.

Por outro lado, alguém da seguradora "ofereceu-se" para vir a minha casa. Diz que tem que me entrevistar para ficar com a minha versão do acidente e fechar o processo. Acho isso um bocado estranho, mas não tenho muita coisa para fazer, por isso, mais uma vez, é esperar para ver.

Esta foto (do meu telemóvel) de à dois dias é do momento em que a Scoopy estoicamente se prepara para a viagem de reboque para a oficina. O homem teve um certo trabalho a prendê-la, e foi simpático, mas lá adiantou que preferia "carregar 50 carros a carregar uma mota!". É claro que aquilo dá imenso trabalho porque está mesmo feito à medida para o transporte do grande rei-deus-automóvel. (Mesmo estando ao serviço de uma oficina de motas.) Tudo o resto naturalmente só dá é chatices. Enfim...

Já me esquecia, encontrei nos vastos arquivos do You Tube umas imagens de outra SH cinzenta acidentada. A mota, espanhola, é perda total, mas ilustra ao mesmo tempo como este modelo é resistente e como todo o cuidado na estrada é pouco.

A nova Vespa?


Não, não estou a falar de nenhum novo modelo da Piaggio. Refiro-me ao facto de a Honda SH ser hoje tão popular e comercialmente tão dominante em alguns mercados que se poderia dizer que é a "nova vespa".

Blasfémia!! gritarão alguns.

Pois. Mas esqueçam só por um momento questões históricas e considerações estéticas. Não que eu ache tais coisas menos importantes, mas vamos focar-nos noutros factores: a mera predominância do bicho, nas ruas de Roma ou Barcelona. As estradas de Italia, só para citar o exemplo mais interessante, estão cheias de Hondas SH! E algumas (muitas) cópias baratas. É a scooter por excelência dos nossos tempos.

Todos os modelos recentes da saga SH foram desenhados e fabricados em Itália.

Façam uma pesquisa no You Tube e tentem contar o número de vídeos com pessoal a fazer macacadas com SH's.

É um modelo que apela a toda a gente, pessoal que quer somente um veículo utilitário, pessoal que artilha a sua SH, muitas mulheres (eu comprei a minha a uma amiga), malta que faz corridas de SH! Enfim, há um sem número de semelhanças curiosas entre este modelo e as vespas clássicas do passado, para lá da dominância no mercado.

Mas para quem não gosta da comparação, há mais um dado a apontar. E essa questão é que me fez escrever o artigo: os clubes! Sim, tal como os clubes de scooters clássicas a que estamos habituados, há agora clubes de Honda SH. Eu diria que isso já é alguma coisa. Que alguém queira ir à net falar da sua scooter com outros proprietários do mesmo modelo e que queira alinhar em passeios ao fim de semana, é algo bem diferente de ser "só" o proprietário de um veiculo prático e económico. Pode não ter o glamour, o carisma de outros modelos, mas a Scoopy já não será só mais um "aspirador"...

quinta-feira, 27 de março de 2008

Faça o teste

Encontrei isto no Scooter Club Golden Triangle. É um vídeo de uma campanha Inglesa de segurança rodoviária. Justamente o tipo de coisa que nunca se faz por cá. As campanhas não resolvem tudo, mas um pouco de inteligência faz muita diferença. Frases e chavões do tipo "vamos acabar com este drama" é que não me parecem muito eficazes...



Mais informação aqui.

Como manter o nível

O nível certo de sanidade mental! Algumas pessoas têm achado graça a coisas que eu conto sobre o meu acidente e resolvi partilhar aqui algumas pequenas situações anedóticas:

- À entrada no Hospital, todo amarrado a uma daquelas macas imobilizadoras, só conseguía ver o tecto a desfilar enquanto me empurravam ou as caras das pessoas quando me perguntavam alguma coisa. Nas urgências apareceram uma série de cabeças a olhar para mim e o médico responsável começou a observar-me. Tenho ideia que ele ia fazer aquelas perguntas habituais nestes casos (idade, alergias, problemas de saúde conhecidos, detalhes do acidente...) mas o primeiro que lhe saiu foi "É uma pessoa saudável?" No meio daquilo tudo ainda consegui sorrir e dizer: "Olhe, já fui mais..."

- Sempre que alguém andava à minha procura perguntava se eu era "o jovem que teve o acidente de mota?". Eu dizia sempre que não, eu era o jovem que tinha tido um acidente de scooter!

- À saída da sala dos raios X, a porta foi aberta de par em par, para dar passagem à minha maca ou cama ou lá o que era aquilo. Lá fora, a olhar para mim, estavam 3 agentes da PSP com ar grave e sério. Estavam ali para me devolverem os documentos e entregar-me uns papéis e eram além disso uns tipos bem porreiros. Mas só eu é que sábia isso, toda a gente no corredor parecia convencida que se ia passar algo de excepcional, e o clima estava a ficar de tal maneira que um dos policias se sentiu mesmo obrigado a dizer em voz alta: "não o viemos prender, não é nada disso". Houve uma risada geral e lá deixei de ser o centro das atenções.

terça-feira, 25 de março de 2008

Desenvolvimentos

Acabo de voltar da oficina. A Scoopy seguiu ontem para lá, por reboque. A peritagem estava marcada para hoje, às 08:30, mas não consegui ver o tipo, parece que as horas indicadas pela seguradora continuam a ser isso mesmo, indicações. O perito aparece quando lhe apetecer.


Estive a olhar bem para a scooter e nem há assim muito para arranjar, a Scoopy é muito resistente. Mesmo muito. Aliás, comprovem vocês mesmo, as fotos que apresento são as consequências visíveis de um embate a 40-50 km/h com um BMW, cujo dono diz que ficou com o para-choques partido!


Mecanicamente, em termos de motor, suspensões, travagem, parece estar tudo normal. Depois de duas semanas parada, pegou à segunda. A direcção está torta e a roda talvez empenada, não sei.


O pior são os plásticos, aquilo é tudo feito de pequenos encaixes e com uma pancada, partem-se metade. Os painéis ficam no sítio na mesma, com o resto dos encaixes a segurar, mas depois abana tudo e é ruidos e rangidos que nunca mais acabam.


Um olhar mais atento para o escape e vão descobrir uma marca na grelha de protecção. Aquilo está amachucado, mas não foi de bater no BMW, nem de bater no asfalto. Aparentemente foi o meu pé...

quinta-feira, 20 de março de 2008

Rivalidades

Estão a ver aquela típica rivalidade entre motards e "essa malta das aceleras, que nem são motas a sério?". A verdade é que ela existe. Por incrível que pareça, a pequena (muito pequena) minoria que são os utilizadores de veículos de duas rodas é dada a tribalismos destes (e mais alguns). Para descontrair, fiquem com esta magnifica mini-curta metragem, onde podemos ver uma pequena disputa entre uma Transalp e um moped que não consigo identificar...

segunda-feira, 17 de março de 2008

Lost in a Roman Wilderness of Pain


Nem tanto, mas quase. O meu pé afinal está partido. Andava cheio de dores e o raio do pé não desinchava, já lá ia uma semana. Fui visto por um ortopedista num hospital particular, que identificou 5 fracturas na mesma radiografia que eu tinha tirado nas urgências do S. Francisco Xavier e segundo a qual me tinham mandado embora com uma receita de antinflamatórios. Eu voltei lá e eles disseram que não era grave... Depois de esperar umas horas, uma ortopedista que estava muito ocupada a fazer uma dúzia de outras coisas mais importantes engessou-me o pé, numa sala suja onde entrava alguém cada 25 segundos.

O relatório da policia ficou pronto a semana passada e fui logo entrega-lo à seguradora. O gráfico parece bastante esclarecedor, (ver mais abaixo) mas a experiência diz-me que os tipos da minha seguradora às vezes nem com desenhos vão lá, por isso ainda não estou totalmente descansado.


E pronto, agora só me resta esperar. Esperar até 7 de Abril para retirar o gesso, esperar que quando isso acontecer o pé esteja mesmo a 100%, esperar que me marquem a peritagem e que me arranjem a mota como deve ser e não com uns remendos, esperar que me paguem todas as outras despesas, médicas e de transporte, esperar que ainda tenha emprego se e quando lá conseguir voltar a meados de Abril, esperar que alguém me pague este período de inactividade já que a segurança social não o faz (sou trabalhador independente), esperar que nada desagradável aconteça entretanto (há dois dias arranjei maneira de cair de umas escadas...) Entretanto, vou tentar não pensar que estou aqui preso em casa, vou tentar não pensar que estou falido, que não tenho seguro de saúde... E vou tentar não pensar nos eventos a que faltei ou vou faltar, alguns deles já tinham exigido despesas e planeamento prévio: a Motoexpo, a mini-maratona, os 100 km de Portalegre?

Esperar é mesmo coisa sobre a qual a minha mãe diria que eu não tenho muito jeito.

quarta-feira, 12 de março de 2008

Agradecimentos, estatísticas e mais coisas

Antes de mais, os meus agradecimentos a todos os que, aqui e de outras maneiras, me deixaram palavras de incentivo e apoio. O acidente foi há uma semana, ainda não posso trabalhar, mas as coisas parecem lentamente regressar à normalidade. Uma palavra especial ao pessoal do fórum Maxiscooters de Portugal, é bom saber que não estamos sozinhos na estrada, embora no dia-a-dia isto parece 100% entregue ao grande rei-automóvel. Obrigado!

Eu sou daqueles que lêem tudo o que que podem sobre scooters e motociclos, tendo também aprendido com o tempo umas coisas sobre sinistralidade e segurança rodoviária. Posso agora aplicar essas ideias e estatísticas ao meu próprio caso, senão vejamos:

- A maior parte dos acidentes da-se em ambiente urbano, em cruzamentos e intersecções.
- A grande maioria dos acidentes resulta da colisão do motociclo com um automóvel ligeiro de passageiros.
- A maioria (estamos a falar de + 75%) das vezes a culpa pertence ao ligeiro, que não respeita a sinalização existente, as regras de prioridade ou não vê o motociclo.
- Em mais de 90% dos casos, há a registar ferimentos no condutor do motociclo.

O meu caso cumpre com tudo isto, sinto-me uma perfeita estatística! Mas se as coisas são assim, não seria de penalizar o elo mais forte de modo a proteger o mais fraco? Como é possível que seja a mesma coisa (para o culpado) dar um simples "toque" noutro carro ou mandar um motociclista (ou um ciclista!) para o hospital?

Sinceramente acho que se deveria fazer algo, mas é certo e sabido que a maioria enlatada será sempre contra, e de tudo se safam com um "não vi". Nestas coisas, como noutras, não seria má ideia implementar as boas práticas de outras paragens. Dou só dois exemplos: na Holanda é uma coisa muito séria (e fortemente penalizada) atropelar um ciclista, e só assim essa actividade tem a aceitação e os níveis de segurança que apresenta naquele país. Não é só uma questão de haver ou não ciclovias. Em Singapura, que já foi uma terra de "vale tudo menos tirar olhos", como a nossa, em caso de atropelamento de um peão, presume-se que a culpa é sempre do automobilista e as consequências podem ser muito graves. O resultado é uma das mais baixas taxas de fatalidades entre os peões. Como diz o outro, já agora, valia a pena pensar nisto...

Scarabeo 250

Sou um admirador (quase) de longa data da saga Scarabeo. Na extensa gama desta scooter de roda alta, acho especialmente admirável o modelo de 250cc, com o motor Piaggio da vespa GTS, porventura o melhor motor da classe. Há uma série de características que distinguem esta scooter das outras: não é demasiado grande, embora seja apta para grandalhões como eu, é estreita e parece perfeita para passar entre os carros. Mas embora pareça um scooter convencional, (não "maxi") ágil e despachado, mede na verdade 2 metros e vinte de comprimento e tem espaço debaixo do assento para um capacete integral ou até um PC portátil! Depois há que não esquecer que contamos também com travagem combinada, rodas de grande diâmetro, muito úteis para as crateras lisboetas, e um estilo muito mais apelativo que a concorrência. Vejam este ensaio:




O modelo estará disponível em Portugal a partir deste ano, se bem que a MILFA já se disponibilizava a trazê-lo, mediante pedido prévio.
E já agora vejam também este vídeo. Aqui surge o modelo anterior a 2007, mas acreditem que vale bem a pena ver (e mostrar àquele pessoal que diz que isso das scooters é coisa de meninas)


Mais um vídeo Vespa

Ando sempre à caça de vídeos sobre scooters, na Internet. O que se encontra mais são uns idiotas a fazerem cavalinhos e coisas do género, mas eu procuro sobretudo vídeos de viagens. Se calhar ando com muita vontade de viajar eu próprio, não sei...

Fiquem com esta pequena compilação, que mostra bem o que a venerável Vespa PX é capaz de fazer...



E a parte 2, com banda sonora dos New Radicals.


sexta-feira, 7 de março de 2008

Crash!


Bom, não acontece só aos outros. Estou a escrever este post deitado na minha cama, usando um portátil emprestado, com uma pata no ar, quando deveria estar no trabalho. É o meu segundo dia de imobilização forçada.

Aqui entra um "tudo começou" ou melhor, tudo aconteceu no regresso a casa, na quarta feira. Vinha do emprego, no final do dia, já noite escura e com algum trânsito. Seguia pela rua Direita do Dafundo, no sentido Lisboa. Esta rua é paralela à N6, vulgo marginal, e um pouco mais à frente do Aquário Vasco da Gama existem acessos de e para essa estrada.

No acesso da N6 para a rua onde eu circulava, havia uma pequena fila de carros esperado a sua oportunidade, uma vez que perdem prioridade pela existência de um sinal de STOP. A viatura que encabeçava esta fila era um BMW, da antiga série 5, que me pareceu algo nervoso, o típico espertinho que vai avançando o carro, a ver se alguém se intimida e acaba por lhe dar passagem. Como havia trânsito mais ou menos compacto, e tinha um carro poucos metros à minha frente e outro poucos metros atrás, achei impossível que o condutor tentasse alguma coisa, pelo menos até eu ter passado. Não foi assim, o carro à minha frente passou e a seguir o condutor do BMW atirou o carro para cima de mim. Aconteceu mesmo quando eu estava a passar, ouvi um sonoro "crash" e a frente do BMW embateu na lateral da Scoopy.

Incrédulo, tentei segurar a scooter, que oscilava descontrolada para a esquerda e depois para a direita. Senti que tinha perdido a frente e que aquilo ia doer. Tive tempo de pensar que não era possível aquilo estar a acontecer, mas estava! A Scoopy tombou para a direita e eu fui cuspido. Aterrei sobre o braço direito e dei graças pelas protecções integradas no casaco. Medi mentalmente o impacto, e lembro-me de ter estimado que, se não fosse posteriormente atropelado, ainda podia safar-me dali sem mazelas. Mas não foi assim, porque a pobre Scoopy caiu sobre a minha perna, e isso sim doeu mais que alguma coisa que eu tenha experimentado.


Confuso e com muitas dores, sem saber do estado da minha perna, tentei arrastar-me para fora da estrada, mas não consegui. A scooter ficou imobilizada longe de mim, mesmo no meio da estrada, e a minha mochila com material fotográfico ficou caída no asfalto, alguns metros à frente.

Bom, o que se seguiu foi a enorme confusão que estas coisas costumam originar. De positivo tenho que salientar a ajuda prestada por inúmeras pessoas, a destacar o Sr. da bicicleta (cujo nome infelizmente desconheço) que também era motociclista e que de tudo fez para tornar aqueles minutos mais suportáveis, as duas moças que me ajudaram a juntar as minhas coisas, ofereceram o telemóvel para chamadas e inclusive uma delas, que tinha algum treino médico, chegou a ajudar os bombeiros.


De negativo saliento o comportamento do condutor do BMW, que não fugiu e esteve sempre ali ao lado, mas nunca admitiu qualquer culpa, nem pediu desculpa por ter saltado o STOP. Também não ofereceu qualquer explicação para o que fez e constantemente menosprezava o incidente e fazia piadas sobre o meu estado de saúde ("no Hospital já lhe dão uma perna nova, daquelas de madeira"). Recebi no dia seguinte um telefonema deste senhor, supostamente com o intuito de saber do meu estado de saúde, mas sempre com o mesmo teor de comentários.

Depois de mais de 5 horas no hospital fui mandado embora com a informação de não ter partido nada e com ordens de repouso absoluto para o meu pé, que tinha (e tem) o dobro do tamanho normal. As dores foram grandes, mas com medicamentos a coisa vai ao sítio, mas a minha principal preocupação é que ainda não prestei declarações sobre o acidente, não falei com a seguradora, enquanto o amável senhor do BMW, que desconhece não só o código da estrada como o código de conduta que faz de uma pessoa um ser humano razoável, já teve tempo de dizer tudo o que lhe veio à limitada cabecinha.


A Scoopy, essa está na garagem. Não graças à assistência em viagem, que se recusou a levar uma viatura que estava "a andar". A ignorância e o preconceito neste país contra as motas não têm limites. Então era suposto alguém conduzir pelos seus meios uma mota acidentada, com a direcção completamente torta e sabe-se lá que mais problemas? Só porque o motor pega, tenho que ser eu, cheio de dores e incapaz de conduzir fosse o que fosse naquela noite, a retirar a mota da estrada?

Além de estar a faltar ao trabalho, (na minha primeira semana!), além das dores, dos inconvenientes para mim e para outros, estou receoso de vir a ser prejudicado pela seguradora, como é experiência corrente. Espero conseguir levar mais essa batalha a bom porto.
E não, não vou deixar de andar de "mota".

sábado, 1 de março de 2008

Da mobilidade urbana e qualidade de vida

Às vezes gostava de falar de assuntos mais sérios e desenvolvê-los mais profundamente. Gostava de tratar aqui das injustiças flagrantes que confrontam os utilizadores das nossas ruas e estradas, gostava de falar dos temas que, de uma maneira mais lata, preocupam todos aqueles que insistem em circular sem utilizar o omnipresente e nefasto automóvel. Mas tratar de assuntos como a mobilidade urbana e a qualidade de vida nas grandes cidades, implica entrar na área da política (tudo é política, dizia alguém) e entrar em temas complexos e polémicos, pelo menos polémicos na nossa sociedade acomodada e atrasada. Gostava de falar desses assuntos neste blogue, e por vezes faço isso, mas recorrendo a pormenores das minhas aventuras diárias de scooter. Felizmente, um tal blogue mais sério existe, em bom Português, e tornou-se num dos meus favoritos. Leiam. Porque vale bem a pena.