segunda-feira, 21 de abril de 2008

Scoopy Rides Again


Sim! 47 dias, 900 Euros e muitas chamadas telefónicas depois, a Scoopy está de novo na estrada. Não que eu tenha pago alguma coisa, era o que faltava, mas 900 euros parece-me muito dinheiro por uns quantos plásticos novos. Sim, porque a reparação resumiu-se a isso, e ainda por cima o guarda lamas (novo) ficou assim a modos que torto. Quando dei por isso, o recepcionista já tinha desaparecido para almoçar e eu resolvi trazer a Scoopy assim mesmo.

Aqui estou eu com o meu recente aspecto de ermitão, à porta da Santomar em Alfragide. (Ermitão, cego... e coxo!)

A Marta, habitual pendura, fez o gosto ao punho e tratou de trazer a Scoopy para casa, em grande estilo. Esteve um dia excelente! Do carro de apoio, livre de conduzir, eu fui fazendo umas fotos.

Rotunda em Miraflores

Quase em casa!

Estão a olhar para onde??

Agora, mais um par de dias e espero ficar também eu operacional, e sem nada torto. O gesso será retirado na quarta e o raio-x ditará a sua sentença. Façam figas!

Quando menos se espera

um tipo tropeça com uma scooter clássica. Este fim de semana, num centro comercial da zona de Sintra, onde nunca tinha entrado, dei de caras com esta Heinkel:


Já tinha lido no ScooterPT sobre esta pequena exposição no centro comercial Floresta, em Rio de Mouro (ou lá perto). Também já sabia que os "peritos" consideram este modelo particular como "um bom restauro". Eu achei que era linda! A foto não lhe faz justiça, não por falta da jeito da autora (obrigado Rita!) mas porque foi tirada com um telemóvel...

Houve quem achasse que "aquilo" (uma Heinkel a 4 tempos, 173cc de 1955) parecia um barco e dissesse que preferia qualquer modelo mais actual, em plástico colorido. Ele há com cada um(a)...

sábado, 12 de abril de 2008

O Adeus do mestre

A blogosfera scooterista anda em ebulição com a anunciada retirada do seu contribuinte mais proeminente. Não é para menos.

Desde o inicio, Steve Williams cativou pela sua prosa descomprometida, a sua visão de outsider, o homem de meia idade que tinha descoberto a scooter. Sem preconceitos, levava-nos até à sua Pensilvânia rural, percorrida, sem pressas, aos comandos de uma vespa cinzenta. (Primeiro uma LX 150, mais tarde uma GTS)

Nestas deslocações e passeios, Steve partilhou convosco muitas reflexões sobre a vida e o acto singular de pilotar uma pequena scooter. À sua arte consumada de contador de historias, Steve juntava sempre fotografias de paisagens deslumbrantes, onde a vespa era muitas vezes protagonista. Eu vou sentir falta daquelas imagens rurais americanas, mas também da profundidade que se podia encontrar nos textos, algo muito pouco comum em blogues.

Se não fazem ideia do que estou a falar, naturalmente não merecem viver. Mas podem redimir-se, passeando pelo arquivo do Scooter in the Sticks e vendo este video.

Nós por cá


Tenho aqui a revista Scooting espanhola, a edição de Abril. Costumo comprar também a Scooting Portuguesa, a Motociclismo, e por vezes alguma outras. Estar a folhear esta revista leva-me sempre para outra realidade. Uma realidade onde a gasolina é mais barata, onde o IVA é de 16%, onde há muito mais respeito pelos utilizadores de veículos de duas rodas... Mas divago, mais uma vez.

A questão aqui é não só que a vida em Espanha seja mais barata, coisa que todos sabemos, e que lá haja mais civismo, como muitos viajantes já deram conta. É que mesmo no pequeno mundo das scooters, as diferenças são grandes. Comecemos por estes preços:

Honda Silverwing 400 - 5.449 Euros
Vespa GTS 250ie - 4.129 Euros
Suzuki Burgman 125 - 3.449 Euros

Comentários? Sim, eu sei que há uma série de factores económicos que talvez impossibilitem a prática destes preços hermanos simpáticos nas nossas paragens (e nem escolhi os mais escandalosos). Mas dá que pensar.

E que dizer das campanhas de prevenção e cursos de condução defensiva gratuitos, dados pelos municípios, da mobilização conseguída pelos próprios utilizadores na defesa dos seus direitos, por exemplo no caso dos guardarrailes, campo onde porventura estarão mais atrasados?

Que pensar das seguradoras portuguesas, que não distinguem, por exemplo, entre isto:

Piaggio Fly 100 0-100km/h em 45 segundos ; Velocidade máxima 77 km/h.




E isto:


Honda CBF 500 0-100 km/h em 5 segundos; Velocidade máxima 190 km/h.




(Ambas imagens: Motociclismo)

Com a sua política de duas cilindradas, ou seja menos ou mais de 500 centímetros cúbicos, estes dois modelos acabam por pagar exactamente o mesmo!

É que os nossos vizinhos têm um mercado muito mais maduro, onde há preços específicos para o nível de risco que um veiculo comporta, o que naturalmente se traduz em valores diferentes para uma scooter de 125, 250 ou 400 centímetros cúbicos, e por aí fora.

Penso que não é vergonha nenhuma implementar o que lá fora se faz melhor. Se eles conseguem, porque não nós? Por que temos que ser sempre o mau exemplo?

Para finalizar, só mais uma coisinha. Sou comprador da Scooting (PT) desde o primeiro número. É única revista especificamente sobre scooters que existe em Português. Gosto das reportagens de eventos, modelos clássicos, etc. Mas para uma publicação que quase se limita a reproduzir conteúdos da sua congénere espanhola, como é que mesmo assim consegue ser mais cara que a original?!

Es que no lo entiendo.

Estacionamento Vespa

Escusam de andar a fazer pesquisas no You Tube: para isso estou cá eu, que não tenho mais nada com que me ocupar a não ser procurar goodies na Internet. Este pequeno vídeo tem valor por si mesmo, está bem feito e tal, mas o que eu gosto mesmo é a solução de estacionamento que ele sugere no fim. Have a look.


sexta-feira, 11 de abril de 2008

Vai dar uma granda volta

O Daniele anda a dar a volta à Itália na sua Yamaha X-Max. Mais um viajante intrépido (e um bocado "cromo") a aventurar-se pela estrada fora na sua scooter. O rapaz parece ter planos mais ambiciosos para o futuro. Acho que depois de começar, ninguém tem muita vontade de voltar para casa.

Fiquem com o seu vídeo "Il giro d'Italia in scooter - trailer" e lembrem-se: a volta a Portugal faz-se mais facilmente e a primavera já aí está...

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Dia 36


Certo. Ainda tenho a pata branca. O gesso só saí dia 21, o meu médico diz que os ossos ainda não tiveram tempo de solidificar completamente. Também se falou na possibilidade de problemas no futuro, artroses e coisas giras desse género. Espero que não seja assim. Depois de tirar o gesso ainda há fisioterapia.

A Scoopy, que não vejo à semanas, ainda está na oficina a aguardar autorização da seguradora para o arranjo. Eles a mim já me disseram que iam autorizar (há quase uma semana), mas à oficina não disseram nada. O costume.

Com isto tudo só posso voltar a uma vida normal, seja lá o que isso for, em Maio. Os 100 km de Portalegre foram ao ar e os 50 também. Ainda lá vou, só para dar apoio moral aos outros.

OK, prometo que este será o último post com radiografias. Mas tentem lá encontrar as fracturas. Há um prémio para quem acertar no nome dos ossos...

segunda-feira, 7 de abril de 2008

A ANSR diz que sim


Escrevi umas linhas à Autoridade Nacional de Segurança rodoviária, na sequência do meu post Think! Tenho por hábito fazer isso, escrever às instituições sobre as que faço comentários menos positivos. Acho que é justo e dá-lhes a possibilidade de me corrigirem, é uma espécie de direito de resposta. Verdade seja dita, resposta é coisa que quase nunca obtenho.

Não foi assim desta vez. Obtive um rápido comentário deste organismo público, onde me diziam que tinham pleno conhecimento dos problemas que eu estava a focar e que estão a trabalhar para os resolver. Assim, pedi que me esclarecessem sobre medidas ou campanhas, planeadas ou em curso, que visassem aumentar a segurança dos utilizadores mais vulneráveis da via pública.

Espero que essa resposta também chegue e possa aqui falar dela.

Como funciona um variador?

Pois é, não faço ideia! A sério, este post é uma pergunta, não é a resposta! Sim, sim, parece que há umas analogias com a transmissão de uma bicicleta, mas com funcionamento automático, naturalmente. Até aí chego, mas o resto parece demasiado complexo. Acho que já desisti de tentar saber. Chega-me o que se pode resumir a este vídeo:

quarta-feira, 2 de abril de 2008

28th Day


Pois é, já passou quase um mês desde o acidente. Se há coisa que aprendi é que as seguradoras são lentas e burocráticas (e vamos ficar por aqui). Hoje fui também à oficina, onde me disseram que as reparações ainda não estão autorizadas, mas que os valores não são nada que chegue perto do valor da mota. Por isso, é mesmo para arranjar, nada de indemnizações. A Scoopy regressará à sua anterior glória!

Por outro lado, o gesso deverá sair para a semana, provavelmente já na segunda feira. Depois, eventualmente devo ter fisioterapia. Também está prevista uma espécie de junta médica, para a seguradora poder comprovar a gravidade dos meus ferimentos. Mas, mais uma vez, não há datas.

Em suma, parece estar tudo bem encaminhado, mas leva o seu tempo... E eu aborreço-me, mas não há muito que possa fazer.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Think!

Quem circula em Lisboa sobre duas rodas, a maneira civilizada e ecológica de chegar a algum lado, sabe bem os perigos que corre. Não são só os buracos, a má sinalização, as obras na via pública, os carros parados em todo o lado. Os automobilistas circulam em excesso de velocidade permanente. Com excepção das zonas onde existem radares , é “normal” a maioria das pessoas circularem a mais de 70 km/h nas zonas urbanas de limite 40 ou 50 e a mais de 90 nas grandes avenidas, que têm os mesmos limites. Também é absolutamente "normal" usar telemóveis, não sinalizar nenhuma mudança de direcção, ultrapassar ciclomotores a milímetros dos guiadores e simplesmente usar o carro para intimidar os que estiverem menos protegidos (peões e motociclistas), coisa muito corrente, por exemplo em passadeiras e cruzamentos.



Depois, em caso de acidente, presume-se sempre que o motociclista, além de ter ficado em mau estado, é o culpado. Mesmo que toda a lógica indique o contrário, ele será sempre visto como culpado. Porque sim. A mesma coisa para os ciclistas, que só estão “atrapalhar” o trânsito. A maioria é vista como isso, um empecilho. “Se querem fazer desporto, vão para um parque, eu tenho pressa”. Os peões são também normalmente “culpados”, porque não olharam e não tiveram cuidado. Quando morreram recentemente duas senhoras ao atravessar uma passadeira na Praça do Comercio, cortadas ao meio por uma condutora que não parou num sinal vermelho e circulava a mais de 100 km/h, encontrei vários comentários em fóruns automobilísticos na net que culpabilizavam as pobres mulheres, por não terem tomado precauções!

Este é o actual estado de coisas. E perante tal estado de coisas seria de esperar que o Estado fizesse o seu papel. Mas não faz. A Prevenção Rodoviária Portuguesa é uma piada e já tive ocasião de aqui falar da sua atitude para com os motociclistas. Por comparação, (e contraste) o Reino Unido tem campanhas de sensibilização bastante bem sucedidas. Eis mais alguns bons vídeos da campanha Think!






Naturalmente que há diferenças entre não fazer nada (ou fazer isto) e fazer campanhas assim. Existirão muitos outros factores, mas talvez estes vídeos ajudem a explicar os números. E os números, muito simplificados, são estes que se seguem (dados retirados daqui e daqui).

Portugal: 378 automóveis por 1000 habitantes. 125 mortos por milhão de habitantes em 2004

Reino Unido: 538 automóveis por 1000 habitantes. 56 mortos por milhão de habitantes em 2004

Já agora, valia a pena pensar nisto, não?