sábado, 28 de junho de 2008

A ANSR diz que...


Na verdade, não sei bem o que eles dizem. Lembram-se de neste post eu ter questionado a ANSR sobre a existência de medidas ou campanhas que visassem aumentar a segurança dos utilizadores mais vulneráveis da via pública, como os scooteristas (e peões e ciclistas)?

A resposta tardou um pouco em chegar. Na verdade, depois de alguma insistência de minha parte, só chegou agora. Levei com um bla bla bla meio político, que parece dizer que não andam a fazer nada, mas andam a pensar nisso:

"Encontrando-se em fase de discussão, a nível interministerial e com o envolvimento de entidades públicas e privadas ligadas ao sector da Segurança Rodoviária, a Estratégia Nacional de Segurança Rodoviária, plano que irá desenvolver, articular e coordenar todas as medidas e iniciativas a implementar no âmbito dessa temática, é prematuro referir se se irão desenvolver campanhas ou outras acções com enfoque nas questões que nos coloca."


Podemos portanto ficar descansados.

Ou emigrar.

domingo, 22 de junho de 2008

São os "quilhómetros"


Muita coisa aconteceu nos últimos dias, e a maior parte não pode ser discutida aqui. Primeiro porque saí fora do âmbito desde blogue, e em segundo lugar por que ainda não foi, em grande medida, "discutida" e compreendida internamente.

Depois de umas semanas agitadas, que envolveram a morte de uma pessoa querida, um encontro quase imediato com um bovino açoriano na ilha mágica da Terceira e muito stress profissional, dou por mim a questionar muita coisa. E entre o que questiono está a continuação de este pequeno espaço. Os meus posts não têm sido bem aquilo que tinha idealizado e não há já muita motivação para continuar. Mais novidades para breve, entretanto recomendo apenas a quem vá visitar as ilhas atlânticas, que uma vez lá, se desloque de scooter. Pelo menos na Madeira e na Terceira existem scooters de aluguer. Não poderia ser mais prático e divertido.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Venham mais 24000


Depois de 4 dias, a Scoopy ficou pronta. Já aqui relatei as minhas aventuras pedestres e em transportes públicos. Houve depois dias em que me desloquei de enlatado... Não foi bonito. Já não estou acostumado a engarrafamentos, apanhei alguns e ... Foi mau. Muito mau.

Como há paciência para aturar aquilo todos os dias (tipo meia hora para ir de Sta. Apolónia até à praça do Comércio) e recusar qualquer alternativa é algo que não compreendo. Talvez estejam todos a tomar Xanax, o que só não explica a condução agressiva...


Enfim, sobrevivi a tudo isso e tenho a Scoopy de volta. Com 24.000 km, uma correia nova, roletes novos, óleo e filtros novos... Um brinco. Os travões foram afinados e volto a reparar que agora é que ela trava bem. O tambor vai perdendo eficácia e eu só dou por isso quando a scooter vem da revisão.

Como não podia deixar de ser, fui passear e não resisti a mais umas fotos com o brinquedo. Reparem na caixa do filtro de ar: como não está pintada, o plástico está a perder a cor. É pena, ela de resto está tão gira...

Em terra de cagões quem tem uma RR é rei

Hoje apetece-me desancar em toda a gente. Depois do choradinho que se fez por todo o país a propósito dos aumentos de combustíveis, as coisas estão agora a ficar sérias, com as paralisações das empresas de transportes. No entanto, continuo a ver carros por todo o lado, e toda a gente em permanente e alegre excesso de velocidade, em cidade, em estrada, de dia, de noite, no feriado... toda a gente com o pedal no fundo, a ver o que a lata dá. Se não estão a abusar da sorte e a brincar com a vida dos outros, é porque estão engarrafados. Parece que não lhes sai do bolso. Não sabem conduzir de outra maneira? Ou terão vergonha de ser reconhecidos por algum vizinho ou familiar a circular pela direita, a cumprir os limites impostos por lei? E deixar o enlatado em casa e ir de transportes? Baixa o status, é?

Depois há essa praga sazonal, a dos proprietários de motociclos com fins exclusivamente "recreativos". Cagões. Essa malta que tem motas na garagem ao lado de um termómetro. Só quando passa dos 25 graus centígrados é que lhes parece razoável tirarem a preciosidade de alta cilindrada da gruta e exibi-la ao mundo. Infelizmente estes senhores parecem ter esgotado o orçamento na máquina de grandes prestações e na maioria dos casos nem sobrou dinheiro para um capacete decente, quanto mais para outros cuidados. Desde que o bom tempo chegou, há uns dias atrás, é vê-los em calções e chinelos, (naturalmente com as pernas bem vermelhas), a espalharem o seu charme distinto por qualquer estrada à beira mar.

Circular num motociclo é uma actividade extremamente exigente, qualquer que seja a cilindrada. Não usar o máximo de protecções é uma opção, (muito discutível, mas uma opção) uma espécie de troca entre o conforto que ajuda a estar alerta e evitar o acidente pela protecção possível no caso de este ocorrer. Agora circular só uns poucos dias por ano e achar que se pode fazê-lo armado em carapau de corrida e ainda por cima usando só a mesma roupa que levariam para uma esplanada... É estúpido.

Depois, quando este pessoal acaba desfigurado nos cuidados intensivos, dão mau nome a todos os "motoqueiros".

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Anti-Scoopy

Enquanto a Scoopy espera na oficina por peças que hão de chegar da Bélgica, fiquem com este vídeo da primeira concorrente séria ao domínio da Honda no segmento das scooters de roda alta. É a Suzuki Sixteen, um esforço respeitável por parte da marca japonesa para chegar ao mesmo patamar da SH 125/150. A scooter está bem conseguída, esteticamente destaca-se e parece estar a anos luz (em termos de qualidade) dos clones chineses da SH que proliferam por essa Europa fora.



Restantes vídeos (II e III) aqui e aqui. Mais informações aqui (em italiano).

terça-feira, 3 de junho de 2008

Revisões

A Scoopy está de volta à oficina da Honda, desta vez para a revisão dos seus já respeitáveis 24.000 Km. Tinha prometido a mim mesmo que não voltava aquele sítio, mas a falta de alternativas e o pouco tempo disponível para outras soluções tornaram pelo menos mais esta visita inevitável. Já preparei a carteira...

Sem a Scoopy, o dia foi bem diferente. Para pior. Não é só a minha scooter que precisa de uma revisão, há por ai muita coisa a precisar também de ser revista! Logo para começar, fiquei apeado na zona industrial de Alfragide. Tinha pensado que me safava de transportes públicos, mas não foi bem assim. Primeiro, há que referir que toda aquela zona é impiedosa com os peões. Os passeios simplesmente não existem, e onde os há estão automóveis a ocupa-los. Aliás, alguém deveria atribuir um prémio especial para os arquitectos acéfalos por detrás do novo centro comercial Jumbo: eles conseguíram fazer mais um monumento ao grande Deus Automóvel, um edifício totalmente desprovido de acessos pedestres, sem fachada, e sem portas térreas. Quer entrar? Entre pelo parque de estacionamento, a única maneira civilizada, pois então. As zonas relvadas à volta do centro estão marcadas por vários carreiros, prova desnecessária de que ali andam pessoas, seres humanos, sem rodas, que mereciam no mínimo uns palmos de passeio. A câmara municipal naturalmente aprovou de bom grado mais este mono de "Shopping" e sua zona envolvente. Assim continuamos com uma visão urbanística 20 anos atrasada, ou pior, sem visão nenhuma.


Mas voltemos ao meu dia sem a Scoopy. Para sair da bela zona de Alfragide, esperei um bom bocado e apanhei um autocarro da Vimeca, conduzido por um pseudo-Fitipaldi bastante antipático. Paguei pelo bilhete 1.80 Euros, e obtive em troca uma viagem desconfortável (muito por culpa da condução marroquina do motorista), na companhia de miúdos de bairros sociais e quase uma hora de voltas desnecessárias por Carnaxide e Linda-a-Velha. No Alto de Santa Catarina saí, para caminhar o resto do percurso até ao meu emprego, no Dafundo. Como é natural, cheguei tarde ao trabalho. De Scooter teria levado um terço do tempo, ou menos, e chegado confortavelmente a horas.

No regresso, a caminho da fisioterapia, fiz uso do comboio (1.25 Eur) e do Metro (1.20 Eur). Levei uma hora a chegar, mais do dobro do tempo que a Scoopy necessita para cobrir a mesma distância. O conforto é razoável, especialmente no comboio (CP, linha de Cascais) que posso mesmo considerar agradável. Depois, do Hospital para casa, voltei a recorrer ao Metro e ainda tive que caminhar um bom bocado, que é como quem diz mais de 20 minutos. Resumindo, cheguei a casa mais de uma hora depois do habitual. Gastei no total cerca de 5 Euros em transportes, passei o dia a chegar atrasado aos sítios e ainda tive que caminhar bastante. Sinceramente, os transportes públicos fazem todo o sentido, mas os que temos não ameaçam o meio de transporte mais prático de todos, para não dizer divertido... Já sinto a falta da Scoopy!