terça-feira, 29 de setembro de 2009

Dia 13: Boas vibrações?


A Indiana totaliza agora 465 km. É pouco, mas tendo em conta que ainda não fiz nenhuma viagem, não é mau. O motor parece agora ligeiramente mais solto e já alcancei uns estonteantes 75 km/h. De velocímetro. A descer ligeiramente...

Continuo com algumas apreensões, mas já lá vamos. Não resisti a comprar uns acessórios que me pareceram imprescindíveis para a scooter. Um gancho para capacetes, que se coloca debaixo do banco, (um elemento que vinha de série nas últimas PX) e uma grelha porta-bagagens frontal (vulgo porta couves). Infelizmente acabei por encomendar estes itens pela internet, e digo infelizmente por duas razões: primeiro o porta couves não é exactamente o que eu estava à espera e depois chegou demasiado tarde.












Com a minha falta de à-vontade com a Indiana e a sua condução, e o atraso na chegada do único porta couves disponível, fez-me desistir da viagem ao camping do ScooterPT, o único evento a que eu faço questão de não faltar. Fiquei desapontado, mas desforrei-me com uns passeios pela serra de Sintra e arredores. Da última vez, já com a grelha montada (tamanho XXXL) fui até ao Magoito, estância balnear que povoava memórias de uma infância longínqua.



As mil vibrações da Indiana já me fizeram confirmar e apertar todas as porcas e parafusos visíveis. De tal maneira que apertei alguma coisa que não devia no descanso e ele agora não recolhe sozinho! Mesmo assim os sons metálicos e as vibrações estremecedoras continuam, mas não reparo nisso quando estou perdido numa qualquer estrada da Serra de Sintra, coisa que ainda me acontece com alguma frequência. Em estrada aberta, daquelas nacionais bem pacatas, senti-me por fim confortável. Não reparo na imprecisão do selector das mudanças, nem me queixo da travagem "oito ou oitenta". Todo o charme da scooter vem ao de cima num ambiente de lazer, em que não há nenhuma urgência, não há corrida no semáforo.







Só manter a Indiana na trajectória certa já exige muita atenção, sobrando só o suficiente para apreciar a paisagem que muda lentamente e sentir os cheiros, a humidade do ar e todos aqueles pormenores que só quem anda de mota conhece.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Dia 6: Faça você mesmo


Fui à Old Scooter, não por causa dos pequenos problemas que tenho tido, mas para tentar encontrar um porta-couves. Não havia. A questão do ralenti tinha ficado resolvida em casa, depois de um pequeno ajuste do parafuso que o regula. Foi muito mais fácil do que eu imaginava, obrigado ao Bob pela comentário ao post anterior.



Infelizmente o manual da LML não é muito esclarecedor, mas um visonamento deste video que já vos tinha recomendado fez maravilhas. Agora a Indiana não se vai abaixo e as luzes não tremelicam tanto. Eu sempre tive intenções de assumir por completo a manuntenção desta scooter, de maneira que mais vale começar já!


Quanto ao problema do farolim descaído, era só uma porca meia solta, coisa rapidamente resolvida, embora recorrendo a ferramentas que não as fornecidas de série, que não chegam para tudo. Há uns dias falei deste e outros problemas de rigor de montagem e de qualidade de algumas peças da LML. Não é nada de especial, mas são pequenas imperfeições que podem incomodar os mais minuciosos. Coisas como isto:









Entretanto, fiz o primeiro abastecimento e já posso calcular uma média. Estando a scooter em rodagem e tendo em conta que da primeira vez que enchi o deposito foi literalmente até transbordar, este número vale o que vale. Mas mesmo assim, aqui fica para a posteridade: 2,43 l/100 km.

domingo, 20 de setembro de 2009

Dia 4: Made in India


Mais quilómetros e as primeiras desilusões. Antes disso, as boas noticias. A Indiana recebeu o selo de aprovação da minha cara metade, ao constatarmos, contra todas as previsões e apesar do meu físico avantajado (cada vez mais..), que há espaço suficiente no banco para duas pessoas, e com algum conforto. Aliás, até me pareceu que a scooter ia mais estável. Esta revelação foi para mim um alivio, pois permite um uso muito mais polivalente da scooter.

Entretanto, a Indiana continua a seduzir e espalhar charme por onde quer que passemos, mesmo um amigo meu que trabalha em certificação e qualidade ficou encantado com ela, apesar das suas evidentes falhas de rigor construtivo e de montagem.

E aqui começam os pontos menos bons. O farolim frontal está nitidamente a descair. Está meio solto. E o aro da peça que o cobre tem algumas falhas de tinta. Por outro lado, o ralenti é muito instável e difícil de manter. Mesmo com o motor quente. A scooter acaba por se desligar passado uns segundos. Isso é no mínimo um bocado chato, sobretudo em trânsito urbano, com semáforos. Já apanhei alguns sustos ao dar por mim com o motor desligado no momento em que se acende o verde do semáforo.

Segunda feira vou dar um salto à Old Scooter, a conhecida loja de Lisboa de onde a Indiana provem. Quero ver uns acessórios e falar com eles destas questões. De momento, e apesar das contrariedades, não trocava esta experiência por nada. A Indiana é como um organismo vivo, não basta por gasolina e andar. Tenho que perceber o que ela quer, o que ela precisa. Até agora acho que nos estamos a entender muito bem.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Dia 2


Chama-se Indiana. A sério. Depois de ler a odisseia transcontinental do Nathan, um rapaz britânico com demasiado tempo livre nas mãos, fiquei convencido de que tinha mesmo que dar nome à minha scooter. Nos tempos em que estudava arqueologia (há muitos, muitos anos) os meus colegas de trabalho chamavam-me Indiana. De Indiana Jones, claro. E agora saiu-me esta, tão simples, tão simples, que pegou.


Hoje fiz um dia normal, fui trabalhar de manhã, fiz os meus 10 km de marginal sem problemas, incluído alguma navegação entre carros (quase) parados. Já me estou a acostumar à coisa, mas a segunda esgota-se muito depressa e ainda não me atrevo a andar entre os carros em terceira (menino!). Por isso tive que sair da frente de algumas scooters automáticas, não as consegui acompanhar no surf do trânsito matinal.



Pela hora do almoço a minha scooter já tinha sido gabada por metade da empresa, e isso que andam por lá mais duas LML novas, uma está para venda e outra aparece ocasionalmente. Fui almoçar com a minha mãe, por acaso mesmo ali ao lado, mas tive que levar a Indiana para mostrar...


Olhando para a scooter de um colega meu, uma LML quase branca, quase creme (!) , reparei que o "para choques" e guarda lamas traseiro está ligeiramente diferente na minha, para melhor. Tem um ar mais sólido e menos arredondado, ficando mais consentâneo com o resto das linhas da scooter. Outras alterações existem, como o "150" gravado no porta luvas e os novos logos "Star", bem bonitos por sinal, e que eu penso manter. Nada de fingir que a Indiana é uma Vespa. É chamuça, e com muito gosto!


De tarde, voltei para casa e dei umas voltas para praticar o uso da embraiagem: fiz oitos, como na escola de condução. Ainda fui tirar as primeiras fotos da scooter, estas que vêem aqui. Já de noite, fui ao supermercado para o momento alto do dia. Primeiro, sem saber onde deixar o capacete, abri o assento e prendi a correia nas alavancas de abertura dos balons. Fechando o banco, o capacete fica preso. Obrigado Stella Speed!



No regresso, pendurei o saco das compras no gancho debaixo do assento e, em vez de usar o botão, dei ao kick. Ao principio apertei a embraiagem, como quando se usa o arranque automático. Nada aconteceu e o pedal não tinha grande resistência. Depois, certifiquei-me que a Indiana estava em ponto morto e dei uma solene patada no kick e ela despertou com estrondo, acendendo ao mesmo tempo as luzes. Não sei porque, mas aquela surpresa de luz e som deixou-me com um sorriso de rapazinho, que ainda não se desvaneceu.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Habemus Scooteram!

É a loucura! Hoje fui busca-la e fiz os primeiros quilómetros. Só uns trinta, a caminho de casa, mas foi uma aventura. Para começar, exagerei no enchimento do depósito e quando coloquei o tampão, a pressão do ar provocou um vistoso repuxo de gasolina que saia pelo furo de ventilação. Uma coisa digna de se ver. Ainda durou uns segundos. Divertiu as pessoas na bomba.

Senti-me algo vulnerável, principalmente porque é suposto a LML estar em rodagem e andar bem devagar, quando o resto de Portugal não faz ideia do que isso possa ser. Um tipo numa carrinha Laguna tentou obrigar-me a andar mais depressa, colando-se impiedosamente à minha traseira. Isso acabou por motivar algumas palavras de vocabulário mais colorido da minha parte. Acho que o meu ar de macho, sentado em cima da impressionante STAR, a circular a 50 km/h, o intimidou. Foi-se embora sem me tentar atirar ao chão nem nada...

Sobre andar devagar, para terem uma ideia do quanto devagar é suposto ser, o manual indica as seguintes velocidades máximas para os primeiros 2,000 (!!) km:

1ª: 0-10 km/h
2ª 10-20 km/h
3ª 20-35 km/h
4ª +35 km/h

Não sei se hoje cumpri com isso. Espero que haja alguma margem de tolerância...

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Resultados à vista

Já se começa a falar nas consequências positivas da legislação das 125cc. É um bocado cedo para festejar, há que ter em conta que o mercado das duas rodas se encontrava em queda livre e que o mês de Agosto é por natureza um bom mês de vendas. Além do mais, havia muitos potenciais clientes na expectativa de que a medida fosse implementada para finalmente fazerem a aquisição, coisa que terão feito ainda durante o mês passado.

Tudo isto dito, não deixam de ser boas noticias.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

The deed is done


Foi com sentimentos contraditórios que ajudei a amarrar a boa velha CN na traseira de um furgão, rumo a novas aventuras, em outras mãos. Nalguma altura, e como sempre acontece, ela deixou de ser só um veículo e tornou-se algo mais para mim. Por isso a hora da despedida foi vivida com alguma intensidade. Muitos mais quilómetros, é o que lhe desejo.



Neste momento encontro-me, pela primeira vez em algum tempo, "scooterless em Lisboa", como diria o Orin. Enquanto a minha nova scooter não chega, estou mesmo apeado. A sensação é estranha, mas não desgosto de andar de transportes públicos, principalmente de comboio. Traz-me memórias da infância e deixa-me mais tempo para meditar, entre um sítio e outro.

domingo, 6 de setembro de 2009

Vídeos úteis LML/Stella

As estatísticas de navegação do blogue garantem-me que vocês vão gostar disto. São 4 vídeos de manutenção da Stella, a LML americana. Desde o tradicional trocar do pneu a uma mais complexa afinação do carburador, estes vídeos fornecem informação detalhada e destacam-se de entre o material deste género que se pode encontrar na net. Cortesia de de um concessionário americano de nome Scooterville.



Parte 2
Parte 3
Parte 4

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

É e não é: LML vs Vespa

Muito se tem falado sobre as diferenças entre as LML e as últimas Vespa PX. Rios de tinta (virtuais) encheram a blogosfera e os forums da especialidade. Cenas dantescas, famílias separaram-se, irmão lutou contra irmão... Enfim, pronto, pelo menos palavras pouco simpáticas foram usadas!

Como tive oportunidade de conduzir recentemente tanto uma Vespa PX 150 (de 2007) como uma LML Star 150 (de 2009), vou deixar aqui o meu bitaite. Mesmo sem ser minimamente um especialista no assunto. Afinal, não é para isso que serve a Internet?

Pois em termos de condução, existência de catalisador e rodagem bem feita à parte, a verdade é que não se notam quaisquer diferenças. Onde alguém pode rapidamente encontrar alguns pormenores que não são inteiramente coincidentes é em algumas peças, e principalmente, acabamentos. Isto é especialmente notório se fizerem como eu, passarem de uma PX para a LML. Não me entendam mal, a LML é sólida e bem construída (eu vou comprar uma!!) e a pintura parece ser muito boa. Mas perde pontos em alguns pormenores, no encaixe de peças, alguns dos componentes mais pequenos, sobretudo de plástico, parecem ser de menor qualidade. É difícil por-lhe o dedo, mas essa impressão geral é inegável.

No fundo, não se trata de nenhuma revelação. Afinal, as últimas Vespas PX custavam os olhos da cara, ou seja à volta de 3,500 Euros (cerca de 1,750 aerios cada olho...) e mesmo aos preços inflacionados actuais, as LML custam 1,000 Euros menos (quase 30%), o que é bem significativo. De notar que as últimas PX foram elas próprias vistas com alguma desconfiança no que toca à qualidade de construção, eu reparei por exemplo nos bonitos punhos, que me pareceram extremamente frágeis. No fundo, as diferenças são justificadas, pelo que nem os últimos compradores da "verdadeira Vespa" têm motivo para se sentir defraudados, nem os novos proprietários da derradeira scooter clássica terão motivos de queixa. Façam o favor de ser felizes.