sexta-feira, 25 de julho de 2008

Na AGIP de Tercena


Bom, algum dia tinha que ser. Normalmente evito os postos de abastecimento que discriminam os motociclistas, o melhor castigo é pelo menos não ficarem com o meu dinheiro. Mas hoje, a combinação de falta de tempo e falta de gasolina revelou-se fatal. Obrigado a uma paragem forçada na bomba da AGIP em Tercena, rapidamente me apercebi da minha insensatez... Este é daqueles postos que tem afixado em todas as bombas a seguinte informação: "Motos pré-pagamento Obrigado". Este texto está gravado em pequenas placas prateadas mandadas fazer para o efeito, não se trata de um simples papel para ali colado. É portando uma discriminação persistente e convicta, não uma coisa temporária resultado de algum abuso.

Outras considerações à parte, é curioso como em Portugal se consegue (facilmente) levar avante estes pequenos atropelos às mais básicas regras de uma democracia. Se a placa dissesse "Ciganos Pré-pagamento Obrigado" ninguém poria em causa a sua ilegalidade, mas, por alguma razão, as motos e as pessoas que as conduzem podem ser discriminadas sem chatices de maior.

Entrei no posto e tive a conversa do costume com o empregado. O homem falava com uma altivez de quem me tinha apanhado a roubar e me tinha frustrado os planos. Explicou que eu poderia atestar se deixasse com ele o bilhete de identidade ou se lhe desse um montante superior ao que imaginava gastar, e após o abastecimento poderia receber a diferença. Não tinha tempo para discussões e meti dez euros. A juntar à festa, o homem não me deu o recibo e quando o exigi, tenho a sensação que ele não o tirou da impressora, mas de algum sítio ao lado, onde já estaria. Provavelmente anda a fazer alguma intrujice, ou a roubar dinheiro da caixa. Enfim, coisas estranhas se passam na bomba da Agip de Tercena. Uma rápida pesquisa na net revelou que não fui o único contemplado com este tratamento, ver por exemplo este caso. Até me parece ser o mesmo empregado.

A AGIP nem site tem para Portugal, e fiquei sem saber a quem reclamar. Se tivesse chamado a policia, já os estou a ver a dizerem-me se eu acho que eles não têm coisas mais importantes para fazer...

Tudo isto me irrita solenemente, tenho que fazer alguma coisa. Há de existir alguma maneira adulta, educada e civilizada de resolver o problema. Para já, gostava de deixar uma mensagem... Aos senhores administradores e trabalhadores do posto de abastecimento da Agip de Tercena: ide comer um cagalhão.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Reflexões do mau pendura

O assento traseiro da scooter até parecia convidativo. Tinha espaço, não era demasiado alto e disponibilizava um raro e útil encosto. Tudo naquele banco parecia sugerir conforto e comodidade por muitos quilómetros.

Mas não era o caso.

Para começar, eu sofro de mau-penduritis crónica. Um caso grave. Por um lado, sou muito alto e algo pesado, normalmente provoco algum desequilibro em qualquer veículo de duas rodas quando me sento atrás. E ao ser mais alto, levo com o vento todo na cabeça. Depois também sou daqueles que acha sempre que teria executado melhor determinada manobra que o condutor ou teria reagido muito mais depressa a uma eventualidade... Enfim, andar à pendura não é comigo.

Munidos desta informação, imaginem-me pendurado na traseira de uma muito incómoda Hyongsontonwang 250, que até era um modelo de tamanho e performances razoáveis, mas desenhado para transportar crianças, aparentemente, e não dois adultos. Coisa que, devo notar, a pequena Scoopy não tem problemas em fazer. Pilotada pelo jovem afoito jornalista, mais preocupado em aviar enlatados que em desviar-se dos buracos, aquela sessão rapidamente se transformou numa tortura. Já se sabe que a suspensão traseira não é propriamente o ponto forte das scooters, mas neste caso o problema era preocupante. Para mim, claro. De joelhos muito flectidos, a tentar caber no assento e não sair a voar dele de cada vez que passávamos por cima de uma tampa de esgoto a velocidades ilegais e manifestamente desnecessárias. Ir à pendura sucks!

terça-feira, 22 de julho de 2008

Sempre a travar


No Sábado emprestei a scoopy à Marta, ela precisava de ir a Cascais. No regresso, além de se queixar de alguns enlatados com tendências assassinas, que ainda abundam nas nossas estradas, mencionou um problema com a luz de stop...

Fui ver e realmente havia um problema. A Scoopy estava a enviar flashadas de luz vermelha como se não houvesse amanhã, e sem para isso ser solicitada. Bastava subir o motor de rotação, flashada vermelha. Paragem no semáforo, arranque, a flashada vermelha não se desligava. A circular a fundo pela marginal, flashada intermitente para o pessoal ficar na dúvida: "porque raio é que este gajo vai a dar toques no travão e a acelerar ao mesmo tempo?"


O Blogger insiste que a palavra flashada não existe, mas o que é que eles sabem? A questão é que a scoopy anda por aí a enganar os outros condutores provavelmente desde que veio da revisão. E eu sem dar por nada.

O problema residia na manete do travão e nos contactos electricos lá existentes. Aquilo são uma data de peças com ar sólido e competente. Não me estava a ver a desmontar caixinhas de metal com muitas molas lá dentro, fiquei com a ideia que se mexesse só ia fazer pior. Então e a solução?



WD-40, obviamente. Pronto, Spray Bala também teria servido. Está como novo.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

O dilema


Os leitores mais atentos (mas quem são vocês?!) terão reparado que as actualizações deste blogue são cada vez menos e porventura de cada vez menos interesse. É assim pelo menos que eu vejo a coisa. Só me resta explicar o porquê.

Tenho um novo emprego, que obriga a algum empenho e me consome bastante. Ainda me estou a adaptar ao sitio, ao trabalho e aos seus ritmos. Não tem sobrado muito tempo nem disponibilidade para estas páginas. Por outro lado, com este trabalho surgiu o possibilidade de conhecer de outra maneira certos aspectos do mundo das duas rodas. E ter algumas experiências bem interessantes. Nas últimas semanas, por exemplo, tive oportunidade conduzir todos os modelos de scooter da Honda e participar no ensaio da Suzuki Sixteen (essa meia prima da Scoopy) para a Motociclismo. É claro que gostava de ter aqui falado destes assuntos, mas, às questões já mencionadas (falta de tempo, bla, bla, bla) há que juntar o pequeno problema de não poder aqui partilhar fotos, uma vez que elas têm de primeiro ser publicadas por quem as pagou! Isso desmotiva-me de trazer para aqui alguns assuntos, que depois não posso desenvolver em pleno por essas razões profissionais. Um pouco frustrante.

Enfim, o blogue tem portanto estado em banho maria. Eu continuo a andar de scooter, todos os dias. A foto de cima foi tirada no fim de semana, em Vila Franca. Na verdade, depois de dois anos, já não me sinto muito maçarico, embora tenha consciência de que ainda sou relativamente inexperiente. E essa é outra questão, o objectivo inicial destas páginas era partilhar a visão de um scooterista iniciado e eu já não me vejo como tal...

Então, valerá a pena continuar? Só mais um blogue, com um tema bastante especifico, escrito numa língua minoritária..? Eu ainda penso que sim, mas não com muita energia.

Achei que devia esta explicação.

Scootermania

O segurança do meu trabalho, moço dado a luxos e confortos, diz que já tem uma Burgman 250 apalavrada. Um outro colega meu, cujo veículo habitual é um Land Rover, confidenciou-me que está em vias de ser o feliz proprietário de uma Vespa LX 50. Esta semana passei por acaso com um colega no concessionário Honda onde a Scoopy costuma ser revista e presenciei um certo movimento de pessoas. Coincidência ou não, estava um senhor engravatado, que tinha chegado num BMW, a experimentar uma pequena Honda Today.

Eu sei que está calor, e é o tempo das pessoas que acham que as motos e as scooter são solúveis em agua, as tirarem das garagens e levarem a dar uma voltinha, de calção e chinelito. É também aquela altura em que se descobre que a galinha do vizinho (que tem estado na garagem) tem mais pinta que a minha, o que obviamente obriga a fazer um upgrade.

Depois há os aumentos loucos dos combustíveis. As pessoas começam finalmente a reparar na diferença brutal de custos entre o uso diário de um automóvel e o de uma scooter. Tenho pena que seja só por isso, mas há coisas que parecem estar a mudar.