sábado, 12 de abril de 2008

Nós por cá


Tenho aqui a revista Scooting espanhola, a edição de Abril. Costumo comprar também a Scooting Portuguesa, a Motociclismo, e por vezes alguma outras. Estar a folhear esta revista leva-me sempre para outra realidade. Uma realidade onde a gasolina é mais barata, onde o IVA é de 16%, onde há muito mais respeito pelos utilizadores de veículos de duas rodas... Mas divago, mais uma vez.

A questão aqui é não só que a vida em Espanha seja mais barata, coisa que todos sabemos, e que lá haja mais civismo, como muitos viajantes já deram conta. É que mesmo no pequeno mundo das scooters, as diferenças são grandes. Comecemos por estes preços:

Honda Silverwing 400 - 5.449 Euros
Vespa GTS 250ie - 4.129 Euros
Suzuki Burgman 125 - 3.449 Euros

Comentários? Sim, eu sei que há uma série de factores económicos que talvez impossibilitem a prática destes preços hermanos simpáticos nas nossas paragens (e nem escolhi os mais escandalosos). Mas dá que pensar.

E que dizer das campanhas de prevenção e cursos de condução defensiva gratuitos, dados pelos municípios, da mobilização conseguída pelos próprios utilizadores na defesa dos seus direitos, por exemplo no caso dos guardarrailes, campo onde porventura estarão mais atrasados?

Que pensar das seguradoras portuguesas, que não distinguem, por exemplo, entre isto:

Piaggio Fly 100 0-100km/h em 45 segundos ; Velocidade máxima 77 km/h.




E isto:


Honda CBF 500 0-100 km/h em 5 segundos; Velocidade máxima 190 km/h.




(Ambas imagens: Motociclismo)

Com a sua política de duas cilindradas, ou seja menos ou mais de 500 centímetros cúbicos, estes dois modelos acabam por pagar exactamente o mesmo!

É que os nossos vizinhos têm um mercado muito mais maduro, onde há preços específicos para o nível de risco que um veiculo comporta, o que naturalmente se traduz em valores diferentes para uma scooter de 125, 250 ou 400 centímetros cúbicos, e por aí fora.

Penso que não é vergonha nenhuma implementar o que lá fora se faz melhor. Se eles conseguem, porque não nós? Por que temos que ser sempre o mau exemplo?

Para finalizar, só mais uma coisinha. Sou comprador da Scooting (PT) desde o primeiro número. É única revista especificamente sobre scooters que existe em Português. Gosto das reportagens de eventos, modelos clássicos, etc. Mas para uma publicação que quase se limita a reproduzir conteúdos da sua congénere espanhola, como é que mesmo assim consegue ser mais cara que a original?!

Es que no lo entiendo.

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