Estão a imaginar o Jeremy Clarkson a conduzir o mais recente mega-hiper-desportivo de 12 cilindros e 600 cavalos, a toda a velocidade pela pista do aeródromo onde se filma o Top Gear, a berrar o costumeiro "More Poweeeer!!!" enquanto faz derrapagens e caretas? Estão?
Não tem nada a ver.
Uma vantagem dos motores a dois tempos é a possibilidade de efectuar alterações de forma relativamente simples e barata, de modo a obter performances mais musculadas, melhor arranque, mais velocidade de ponta ou mais força a baixas rotações, tudo ao gosto do proprietário. Muitas Vespas clássicas andaram anos a tomar esteróides e apresentam agora capacidades que a sua genética não fazia prever.
Mexer em motores 2T é uma ciência inexacta e mesmo que seja possível antever o que se pode ganhar com determinadas alterações no escape ou carburador, por exemplo, há sempre um determinado preço a pagar por essas modificações, normalmente nos consumos e na fiabilidade. Há proprietários de LML a 2T (nestes dias começa a ser necessário estabelecer a diferença para as outras) que se queixam de performances relativamente asmáticas das suas montadas. As LML estão limitadas pelos seus filtros de ar e pelo catalisador, que são aliás os elementos que permitem que se encontrem à venda (homologação EURO 3).
Há alguma forma simples de conseguir "more power" na LML? A resposta imediata é sim: Remover/alterar os filtros de ar, dar uns toques no carburador e trocar o escape por um semelhante, mas sem catalisador. Ganhos de 30 a 40% de potência e velocidade máxima a ultrapassar os 100km/h (numa LML 125) são possíveis. No fundo trata-se simplesmente de aproximar a mecânica de uma LML às suas origens, às PX's dos anos oitenta. Tudo isto é do conhecimento geral (por quem se interessa pelo assunto), a novidade é que podem encontrar legalmente aqui, a reportagem de 2008 da Scootering, que experimentou o processo numa LML de ensaio. Simples e barato. E tentador.
É claro que há um "mas". Há sempre um "mas", e o desta historia é que as alterações podem dar cabo da garantia, e as LML (e as PX, e demais Vespas) têm certos limites dinâmicos impostos pelo chassi, o tamanho das rodas, a distancia entre eixos, etc. Conduzi-las a velocidades acima dos 90 km/h é uma aventura. Por fim, em termos ambientais isto é um desastre, a LML ficará com a performance de uma PX dos anos oitenta, mas também poluirá como uma PX dos anos oitenta. E, maroscas à parte, o fim do catalisador motivará um chumbo redondo nas futuras inspecções de motociclos. Apesar de tudo, eu tenho que admitir que ando a ser tentado por este lado negro da força...
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
More Power!
Publicada por Bessa à(s) terça-feira, fevereiro 23, 2010
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4 comentários:
eu na minha LML 125 tirei o escape com o catalizador e coloquei um sito e acredita que só com isso notei uma diferença enorme
Bessa...temos de combinar pra me deixares dar uma voltinha na tua máquina!
Como sabes tenho uma lml 125 de origem, agora com kit 150 e escape da PX. Na realidade nunca experimentei a scooter de origem e por isso não tenho termo de comparação, mas plo q já me disseram várias vezes nota-se de facto uma grande diferença...!
Por isso já sabes, quando quiseres experimentar o lado negro da força, eu estou disponível para experimentar o outro lado mais fraquinho... ;)
Abraço
Bessa, percebo a tentação, mas eu não mexia muito nisso até acabar a garantia.
Presumo que sejam os meus traumas do karting a falar, mas ainda tenho dificuldade em imaginar um motor dois tempos simultaneamente puxadote e fiável para uso despreocupado.
Gouveia: Combinamos isso quando quiseres! É só dizer, a proposta é bem aliciante
Vasco: Estou a falar de trocar somente o escape, e ainda estou a pensar nisso. Não quero correr riscos.
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