Uma rápida pesquisa às estatísticas do site deste vosso escriba permite retirar algumas conclusões. A primeira é que muita gente vem aqui parar por acaso, (sejam bem vindos!) depois de uma pesquisa sobre peças para scooter, aluguer de scooters, etc. Alguns outros parecem procurar informações sobre a nova lei das 125. O destaque vai no entanto, para uma notável maioria que parece procurar as mais variadas informações sobre aquela que é a última das scooters de características clássicas, com motor a dois tempos, carroçaria em metal e mudanças manuais. Falo naturalmente da LML Star Deluxe.
Se por um lado fico feliz com o interesse neste modelo tão especial, que eu próprio pondero adquirir, não posso deixar de reflectir sobre o fenómeno. Está calor, e só isso motiva muitos negócios por parte de utilizadores sazonais das duas rodas, menos experientes, mas não só. O Português é muito susceptível a modas e temo que muitos acabem por comprar uma LML em lugar de um modelo mais racional, prático e barato, de acordo com as suas necessidades, só para sentirem que também estão a cavalgar a crista da onda scooterista. Aliás, a febre da scooter clássica continua, sendo actualmente quase impossível encontrar modelos banais (Vespa Sprint, PX) por preços abaixo dos 2,000 Euros. A loucura parece ter inflacionado o preço das próprias LML, novas, que subiram recentemente cerca de 200 Euros para uns actuais 2,300 + documentos, num dos seus importadores mais conhecidos. Oferta e procura, certo? Nada a dizer, mas registei a alteração.
Satisfeito que fico em saber que a scooter clássica de mudanças manuais parece estar de momento a salvo da extinção, gostava de recordar que existem muitos outros modelos de scooters no mercado. Talvez menos carismáticos, mas mais práticos, fiáveis, baratos, económicos, confortáveis e velozes. Aqui ficam só alguns exemplos:
Honda PSi 125 (Já só em usado) e a soberba SH 125i; A incrível Honda Today; A recente Sym Fiddle II, com o seu ar clássico mas com personalidade própria. A louca Daelim B-Bone, que ainda não consegui descobrir se já se vende entre nós.
Existem ainda um sem fim de outras alternativas. Meio a brincar, meio a sério, os scooteristas mais veteranos e de gostos vintage costumam catalogar de "aspiradores" e "tuperwares" tudo o que sejam scooters automáticas e modernas. No entanto, o crescimento das 125cc, na sua maioria, não vai ser feito à conta de pessoal que quer ir a concentrações, beber muitas minis e fazer 1,000 km num fim de semana, em cima de rodas de dez polegadas, numa máquina com trinta anos de idade, cheia de autocolantes. Há lugar para todos e não gostava que alguns destes novos scooteristas regressassem à total dependência do enlatado só porque escolheram um modelo que tem porventura demasiada "personalidade" para aqueles que, tendo pouca experiência, estão no fundo à procura de um modelo utilitário, onde se possa guardar o capacete e transportar as compras.
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
No calor do verão
Publicada por Bessa à(s) segunda-feira, agosto 17, 2009
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1 comentários:
Bessa, subscrevo na íntegra a tua visão do problema.
Obviamente que também "cobiço" uma LML. O difícil é não gostar:).
Mas torço muitas vezes o nariz a tanto aconselhamento dirigido para a éle-éme-éle ou para clássicas, às vezes meio cego, que não tem em conta nem a natural inexperiência de quem está a começar, nem alguma desadequação - muitas vezes evidente - aos propósitos e anseios do comprador.
Também me parece que frequentemente isso pode ser contraproducente.
Pegando no meu exemplo, não estou certo de que tivesse grande paciência para conviver com os legítimos caprichos de uma clássica com trinta anos. Gosto muito delas, mas dificilmente são para mim :)
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