terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Scoopy review

Lembrei-me de uma coisa. Já falei muito da minha Honda SH, mas nunca perdi muito tempo com as suas características e capacidades, e esse género de informação que pode interessar a um comprador curioso ou indeciso...

Bom, a Honda SH 125, conhecida como "Scoopy" (embora esse nome não surja em nenhum lugar da mota) é uma scooter de roda alta muito popular em países do Sul da Europa, como Espanha e Itália, onde domina o top de vendas há anos, mas não tanto aqui em Portugal. Segue o esquema típico destes veículos, com rodas de 16 polegadas à frente e atrás, um motor enérgico para os seus 125 centímetros cúbicos de cilindrada, que no meu modelo de 2001 são servidos por um carburador. Não tem "ar", ou seja, tem mistura automática e tudo o que o condutor tem que manusear são o acelerador e os travões.

Dispondo de 13 cavalos, mais coisa menos coisa, a Scoopy consegue arrancar à frente do trânsito nos semáforos (a maior parte das vezes). Em cidade, mantêm sempre fôlego mais que suficiente para que eu me sinta seguro, mesmo a subir, ou nas grandes avenidas, onde ninguém parece cumprir os limites de velocidade. No entanto, as vias rápidas que nasceram em Lisboa um pouco por toda a parte trazem já problemas sérios, uma vez que nem sempre é possível manter-mo-nos ao ritmo (louco) do trânsito. Eu evito circular por estas vias sempre que posso.


Mesmo assim, as performances são muito razoáveis, a Scoopy arranca sem esforço e notavelmente depressa até aos 40-50 km/h, circula sem esforço a mais de 70 km/h e chega supostamente aos 105 km/h, embora na minha mão só tenha chegado aos 100. Não costumo forçar essas velocidades com frequência: eu meço quase um metro e noventa e ofereço muita resistência aerodinâmica, além de que a partir dos oitenta nota-se que o motor já vai em esforço. Digo isto pelo som, uma vez que a Scoopy não tem naturalmente conta rotações, embora disponha de um agradável mostrador com velocímetro, indicador de temperatura e indicador de combustível, sem luz de reserva. Possui ainda um relógio digital e um conta quilómetros parcial.

Em andamento a Scoopy é confortável, fruto do assento longo, largo e ergonómico, perfeitamente capaz de transportar duas pessoas adultas, e de umas suspensões muito razoáveis (forquilha telescópica à frente e um par de amortecedores atrás, estes com 3 posições de regulação). Mais uma vez, o meu metro e noventa por vezes condiciona o conforto, nomeadamente com passageiro, mas a solo, e em geral a moto é um sitio agradável para se estar. Um aviso sobre a altura do banco, para mim está perfeita, mas para os mais baixos pode ser um problema.


A travagem é só razoável, não muito forte. Isso sim, é bastante segura, fruto da travagem combinada: é quase impossível bloquear qualquer roda, mesmo a de trás! Circulando por Lisboa, as rodas grandes fazem notar as suas vantagens, uma vez que as inúmeras irregularidades e buracos de Lisboa são ultrapassados quase sempre sem problemas, embora com algum desconforto provocado sobretudo por abanões e sacudidelas de alguns plásticos. Isso pode ser um problema específico desta unidade, uma vez que ela já tinha tido algumas quedas antes de eu a comprar...

Em termos de aspectos práticos, a Scoopy peca pela falta de espaço debaixo do assento, mais uma vez, não é defeito, é feitio, já que isto é um problema comum a quase todas as scooters de roda alta. Lá caberá só um pequeno capacete Jet, mesmo assim a sua utilidade não é negligenciável. Por outro lado, a plataforma plana para os pés, mais um conveniente e muito inteligente gancho e a cómoda grelha porta-bagagens ajudam a transportar cargas na Scoopy.
O passageiro dispõem também de poisa pés retracteis, e para finalizar a lista do equipamento é de referir que a Scoopy tem um muito útil, mesmo que pouco usual, travão de mão, uma pequena palheta que prende a manete esquerda e assim imobiliza as rodas.


Para finalizar, de referir que a Scoopy nunca me deu problemas mecânicos, tive apenas que trocar de bateria uma vez. As revisões são feitas na Honda cada 4000 km e os consumos são muito agradáveis, nunca gastei mais que 8 Euros para encher o depósito, o que se traduz num consumo médio de 3 litros por cada 100 km...

Para mais informações podem consultar os dados técnicos aqui e ler um ensaio do mais recente modelo, aqui (em Francês)

2 comentários:

Helder Silva disse...

gostei da exposição. Parabéns!...

Anónimo disse...

The authoritative message :), is tempting...