sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Vespas em Gondomar


Na quarta estive em Gondomar , no final da sexta etapa da Volta a Portugal em Bicicleta. Foi um trabalho interessante, mas cansativo. No pouco tempo que estive na terra do Sr. Major, que por lá também apareceu, pude apreciar uma pequena mas bela colecção de vespas estacionadas nas imediações da chegada. Quando tive tempo de ir lá tirar umas fotos, algumas scooters (parentes mais novas da série P) já tinham desaparecido. Sobraram estes belos exemplares, que por ali cativaram atenções pelo menos tanto quanto os ciclistas.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

De volta ao "país que temos"


De vez em quando lá vem a expressão. Ouve-se por todo o lado. É uma espécie de encolher de ombros psicológico, uma constatação triste de que "as coisas são como são", e não mudam. E é algo muito português.

Depois de uns dias no norte de Espanha, eu sabia que ia ter dificuldades de reinserção. Sucede-me sempre que passo uma temporada no estrangeiro, por curta que seja. Uma temporada nalgum sítio onde as pessoas sejam minimamente sérias, onde se cumpram limites de velocidade, onde haja um mínimo de respeito para com os peões, os ciclistas, os scooteristas...

O regresso custa sempre. Cá estou eu de volta às pessoas que vivem de aparências, que não chegam a horas a parte alguma, que não respeitam o mais elementar direito dos outros. À prepotência de quem pode e à rudeza de quem quer. De volta. De volta à merda de cão no passeio. Aos carros em cima de tudo. Às ultrapassagens alucinantes, às razias criminosas, aos excessos e loucuras rodoviárias constantes, vividas com insana naturalidade. Ao primado da ignorância.

Não estou lá muito contente por estar de volta. Se calhar nota-se.

Vespa de Aluguer

Já aqui tinha falado da Scooter Mania, uma empresa de aluguer de scooters, com localização na baixa lisboeta. Num destes dias de verão, os melhores para trabalhar na capital, cruzei-me com duas Vespas LXV verdes, no meu percurso trabalho-home sweet home. Tinham números de telefone inscritos nas laterais (nos pseudo-balons, para ser mais miudinho) e eram pilotadas por dois marmanjos com ar de turistas estrangeiros.

Fiquei a pensar que aquilo só podia ser coisa da supra citada Scooter com Manias, que pelos vistos evoluiu das Keeway feinhas que compunham a sua frota original, para algo mais cativante. Dêem uma olhada no site. Os preços não são muito baratos, mas quem quiser experimentar andar de scooter, fazer turismo de uma forma diferente, ou precisar por acaso de uma 2ª scooter por pouco tempo (acontece!) tem aqui uma boa solução.

domingo, 10 de agosto de 2008

Vespa ride


Na sexta vi pela primeira vez a Vespa do meu colega Carlos. Esta scooter é fruto dos aumentos dos preços dos combustíveis, e ate agora a única de várias aquisições, muito faladas, a concretizar-se. As pessoas fazem planos e tal, mas depois pensam nos perigos e inconvenientes, e acabam por concluir que andar de enlatado é que é bom. Enfim...

Mas o Carlos cumpriu exactamente com o que tinha anunciado e sexta feira lá estava estacionada no espaço para motos da empresa um bonita Vespa LX 50, preta, na versão de 4 tempos.

Ele vez questão que eu experimentasse a máquina e eu assim fiz. A primeira impressão que fica é que a Vespa é pequena. Pelo menos quando comparada com a minha SH. E é talvez muito ligeiramente mais larga: por muito que os puristas não concordem, esta máquina tem um formato redondinho tipicamente "vespa". Depois é muito bem construída, muito sólida e com excelentes acabamentos. Já se sabe que é uma das cinquentas mais caras, mas obtém-se qualquer coisa em troca: luxo!

Em andamento... Bom, é uma 50 a 4 tempos, basicamente não anda nada. Mas é muito confortável, as suspensões trabalham bem, o som do motor é agradável, é um prazer andar em cima dela, mesmo que seja só a 45 km/h. A curta distância entre eixos e a roda pequena exigiram alguma habituação da minha parte, mas por outro lado os pneus gordos garantiam mais borracha no chão a qualquer dado momento do que aquilo que a Scoopy consegue. É só uma questão de hábito.

Depois desta primeira experiência de condução de uma vespa moderna, não pude deixar de felicitar o dono pela aquisição. Eu, que lhe tinha aconselhado a gastar menos dinheiro e comprar uma scooter mais racional! Já não tenho dúvida de que as vespas modernas também têm "qualquer coisa" de especial.

E que bom que foi, pelo menos naquele dia, ter um colega scooterista no trabalho. O pessoal que é scooterista (ou que simplesmente se desloca de vez em quando numa scooter), é tão escasso que calharem dois na mesma empresa é quase impossível.

Mais um post de pneus


Pensava eu que tão cedo não teria motivo para voltar aqui a falar de pneus. Estava enganado. No Sábado à noite, ontem, fui ao cinema. Pelo caminho senti algo de estranho no comportamento da Scoopy, sobretudo em curva. Os meus instintos diziam "furo na roda de trás", mas eu nem queria pensar nisso. Uns pneus novos, com menos de 100 km... Pode lá ser um furo...

Mas era.


Depois de um par de horas a ver o "Dark Knight", o pneu estava ainda mais em baixo e o meu humor também. Com uma das garrafinhas de CO2 do kit para furos que trago sempre na scooter, enchi provisoriamente o pneu e guardei as reparações para quando chegasse a casa.


Este pedaço de metal estava profundamente enterrado no meu pneu traseiro novo. Precisei de um alicate para o retirar. Tentei lembrar-me das instruções para a reparação do furo, mas nem foi preciso, porque o kit traz um pequeno papel com os passos essenciais. Em poucos minutos estava resolvido.

Só coloquei ar hoje de manhã, com a ajuda de uma bomba para bicicletas, cujo uso em veículos motorizados o fabricante desaconselha, mas que neste caso funcionou às mil maravilhas. Já rodei uns 50 km com a scooter e parece estar tudo em ordem. Não há perdas de pressão. O problema é que estes "tacos" de remendo são consideradas soluções provisórias e é suposto levar a roda a uma casa de pneus. Só de recordar a trabalheira que implica desmontar a roda de trás, e o custo de um pneu novo, faz-me querer continuar a rolar com a scoopy assim...

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Pneus - 2; Ganancia & Burocracia - 0


Assunto resolvido. Os pneus chegaram no dia previsto, e ainda a tempo de serem montados nesta oficina simpática, que, ao contrario de outras, não me mandou dar uma curva. O custo total da operação ficou em 126.16 Euros (Pneus + transporte + montagem). Caro, parece-me, mas substancialmente mais em conta que uma ida à Honda. Eu estimo a poupança em 50 ou mais Euros, e assim fiquei com uns Dunlop que eu queria, e não com o que a Honda me conseguísse arranjar.


Mas o que me interessa especialmente é o tempo. Depois de detectar aquele corte no pneu da frente que mostrei no post anterior, não me apetecia esperar muito tempo antes de o trocar. Aliás, depois de a roda estar desmontada, fui estreitar o pneu velho e verifiquei que o corte era mesmo fundo, nem sei como aquilo se aguentou sem furar. Assim foi muito rápido, na prática foram menos de dois dias úteis, sendo que às 19:30 de ontem a Scoopy já se passeava com os seus novos sapatos de borracha.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

A saga dos pneus


A foto acima explica só parte do problema. Andava a pensar na idade avançada dos meus pneus e, consultando várias pessoas, fiquei com a impressão de que NÃO, não é boa ideia ainda ter os pneus de origem a rolar numa scooter que está quase a fazer 7 anos e que já passou dos 25.000km.

O piso ainda parece estar para durar, mas a verdade é que os pneus de 16 polegadas estão algo secos e gretados. Comecei a lembrar-me dos dias difíceis da scoopy, passando por vezes semanas na rua, sem uso, amarrada a um banquinho, não muito longe da casa da antiga proprietária. O que era um gozo para a garotada do bairro, que usava a scooter como aqueles brinquedos de moedinha dos centros comerciais, era para os componentes da “mota” uma tortura. Se admiro a Honda, é pelos pouquíssimos problemas que uma máquina com este historial me trouxe.


Comecei a pensar se seria sequer seguro papar quilómetros todos os dias encima daquela borracha. Consultados os experts, decidi que não era. Uma vistoria mais atenta às rodas revelou ainda um corte com ar perigoso no piso do pneu da frente. Estava decidido, era para trocar, e já!


Liguei para a oficina habitual Honda, e fiquei um pouco preocupado. Em primeiro lugar, os pneus que eu queria (uns Dunlop iguais aos de origem) não havia maneira de os arranjar. Depois, se eu aceitasse uns Michelin Pilot da mesma medida, teria que fazer uma encomenda. Quando os pneus chegassem, poderia então fazer a marcação para a troca de pneus... E agora o mais interessante, os pneus custariam 143 Euros e uns trocos. A isto havia que somar o custo da montagem.

Sim, eu compreendo que os senhores da Honda venderam poucas SH em Portugal e que talvez não faça sentido manter um stock de pneus de 16 polegadas disponível se ninguém está interessado neles. Também compreendo que as características do mercado português tornam certos produtos inevitavelmente mais caros. E eu até sou um tipo razoável. Se me disserem que é preciso esperar, eu espero. Se me disserem que é isto que custa, eu pago. Mas as duas coisas ao mesmo tempo, já me deixa a pensar. E o que eu ouvi foi mais ou menos isto: “Então o senhor aceita uns pneus que não são bem os que queria, paga mais por eles que o que pagaria por uns pneus de automóvel e depois logo se vê quando é que podemos monta-los na sua scooter”

Cento e quarenta e três euros (e trocos) mais a montagem? Para uma scooter? Serão reforçados a titânio e bons para 100.000 km?? E esperar pela encomenda e depois pela marcação?

Enfim, deve haver quem alinhe, mas não serão muitos, pelo tom de voz que o meu interlocutor da Honda assumiu quando lhe disse que iria pensar sobre o assunto.


Infelizmente, uma rápida pesquisa deixou claro que seria difícil conseguir pneus para a Scoopy em Portugal. Dei um pequeno passo para um homem, mas um grande passo para os preços e fui à net. Aqui encontrei o que procurava, por menos quase 50 Euros, já com os gastos de transporte incluídos. Os pneus foram pedidos no fim de semana e amanhã (Terça) já os tenho, se tudo correr bem. Agora começa outro capitulo da saga: arranjar uma oficina de pneus que se digne a montar pneus...

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Resultados da Sondagem

Ora vejamos, 62% de leitores ávidos tiveram por bem exprimir: "As scooters são práticas e ecológicas". Os outros 38% vieram aqui parar por acaso, só pode. O meu obrigado a quem participou, irei de imediato colocar uma outra questão de capital importância.

Ainda a AGIP

Obtive algum feedback sobre a questão da discriminação nos postos de abastecimentos de combustíveis. Infelizmente, a ignorância grassa neste país sem que ninguém se dê conta. Talvez porque.... são ignorantes? Hum... adiante. As respostas que obtive pareciam considerar que para mim era um inconveniente fazer o pré pagamento. Uma chatice. Só isso. E há quem ache bem e quem ache mal que existam postos de combustíveis que pratiquem o sistema de pré-pagamento...

Mas a maioria das pessoas passava-lhes completamente ao lado a questão: o pré-pagamento era só para mim. Alguns chegavam lá com metáforas de tipo "Africanos: pré-pagamento" ou "Carros com mais de 10 anos: pré pagamento" ou "Só o modelo do teu carro: pré-pagamento". Ou "Só abastecemos brancos". Mas há gente que não entende, ponto final.

Eu não digo que as empresas não têm o direito de se protegerem contra os roubos, mas ou é para todos ou mais vale estarem quietos. Querem ver que só motociclistas é que roubam bombas? Ainda por cima as scooters têm depósitos mesmo muito pequenos, faço ideia os desfalques que não hão de dar os automóveis... Preconceito é preconceito, e como dizia um meu professor, não há duas palavras diferentes para conceitos iguais, as coisas devem-se chamar pelo seu nome.

Ainda sobre a AGIP, não deixa de ser irónico que a bomba de gasolina onde me abasteço mais vezes seja de esta mesma marca, mas em Lisboa. Lá não só nunca tive problemas, como os seus empregados praticam a arte (absolutamente moribunda) de saudar os clientes com simpatia e dizer obrigado no final da transacção!